sexta-feira, 22 de julho de 2016

FLOR DE FERRO na PRAÇA PARIS








Exosição de Esculturas Monumentais





O Mundo é maravilhoso.
O universo, as estrelas,  uma paisagem, uma pessoa podem nos deixar extasiados e plenos de beleza. Porém, talvez na mesma proporção, o horror está presente. Bem e Mal caminham juntos e permeiam nossa vida. Penso que a única saída, o único remédio para nossa tristeza e nosso pavor é a arte, pois só ela é capaz de transformar o feio no belo, a agonia em êxtase. Não somos ingênuos para pensar que o mundo pode ser só felicidade. Num samba muito popular, Vinícius de Moraes diz que “pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza”.  Assim como a flor que nasce da lama e se alimenta do esterco, num ciclo perene de vida e morte, a criação se alimenta do sofrimento, da angústia, do drama. O grito do bode, a tragédia, faz a catarse através da arte e nos tira do inferno para nos alçar ao céu.

Fico muito feliz em participar, a convite de Paulo Branquinho e Maria Izabel Noronha, para participar da “Exposição de Esculturas Monumentais da Praça Paris”. Esculturas e Natureza se complementam e além disso, é sempre um desafio criar uma nova peça, sob encomenda, para um lugar especial, bonito e tradicional como a Praça Paris, na companhia de grandes artistas e ainda por cima, criar uma “escultura monumental”. 
As flores são obras de arte da Natureza. São delicadas, são coloridas, são perfumadas, mas podem ter espinhos, podem queimar podem até envenenar. Para minha participação nesta grande exposição,  pensei em esculpir uma grande flor de ferro. Ser capaz de capturar a leveza, a imponência, o mistério e a delicadeza de uma flor, por material duro, perene e pesado como as chapas e perfis de ferro. Talvez o alimento dessa flor esteja no lamaçal político/econômico/jurídico em que estamos vivendo. Pretendo ver minha flor como uma saída, um chamado, uma conclamação para a catarse, para a transformação.
Só a Arte salva. 


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