SER ou NÃO SER – Edgar Duvivier
Quem nunca ouviu falar desta dúvida Shakespeariana, mencionada nas
ocasiões mais diversas, das salas de teatro às mesas de botequim? A existência,
o ser, o nada, são questões que acompanham a humanidade desde que nos tornamos
“sapiens”, há cerca de 200.000 anos. O fato é que sem saber como, porque ou de
onde viemos, existimos assim mesmo, respirando, comendo, amando, brigando,
sofrendo, indo ao cinema, ao botequim, à feira. Para facilitar as coisas, os
homens inventaram nomes, números, cartões de crédito, carteiras de identidade,
fotos senhas, assinaturas, CPFs, CICs e todo tipo de identificação
(signalement).
Porem, tudo isso não passa de atalhos úteis para o que um ser
intangível na sua totalidade funcione socialmente. Números, imagens, fotos,
são apenas uma parte, uma sombra da nossa existência. Essa existência etérea se torna concreta
quando o homem cria. Por isso, Bergson
define o homem como homo faber, um criador,
um fazedor de ferramentas, “definitivamente,
a inteligência encarada no que parece ser a démarche original dela. É a
faculdade de fabricar objetos artificiais, em particular ferramentas para fazer
ferramentas e, de fazer variar indefinidamente a fabricação delas”
(‘Lévolution creatrice).
Assim, somos o que fazemos. Faço, logo existo.
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